Entrou Jesus no Santíssimo do Santuário Celestial em 22/10/1844?

 

O correto entendimento do evento ocorrido no verão de 1844, é importante para a nossa compreensão sobre o assunto das 3 mensagens angélicas, pois a passagem do ministério de Cristo no santuário celestial, do lugar santo para o santíssimo, é o evento que deu origem à pregação da primeira mensagem angélica.

E vi outro anjo voando pelo meio do céu, e tinha um evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. Apocalipse 14:6-7

Esta mensagem foi entendida, e pregada a todo mundo daquela época, e por pessoas de diversas religiões, pois até então a Igreja Adventista ainda não existia. Batistas, Metodistas, Anglicanos, Presbiterianos, Luteranos, cada um ainda na sua igreja, foram tocados pela urgência da mensagem, e as vezes deixando até as suas congregações, saíram pelo mundo levando a mensagem do juízo final.

Podemos observar que aproximadamente 10 anos antes de 1844, esta mensagem começou a ser entendida e pregada aos quatro cantos da Terra. Como a festa das trombetas no antigo Israel, era proclamada 10 dias antes do dia do juízo, (na purificação do santuário anual) assim a trombeta foi tocada por estes atalaias anunciando a hora do juízo, e a necessidade de se adorar ao Deus Único e Verdadeiro, criador dos céus e da Terra, e se preparar para o juízo vindouro.

Não houve engano na data, mas sim no evento. Eles estudaram a Bíblia profundamente, e conseguiram determinar o ano, o dia e até a hora para a mudança no ministério de Cristo no santuário celestial. A passagem Bíblica que até aquele dia 22 de Outubro de 1844 eles ainda não tinham entendido, era a que: Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; Hebreus 9:24

Como eles não haviam descoberto na Bíblia os detalhes para o correto entendimento, o de que este evento estaria acontecendo nos Céus e não na Terra, Deus enviou uma visão a um jovem pastor (Hiram Edson), para dar a entender ao remanescente do grande desapontamento o detalhe que faltava para o completo entendimento dos fatos. Vejamos em suas próprias palavras, o sonho que Deus lhe deu no dia posterior à decepção:

Oramos fervorosamente, pois sentíamos nossa necessidade. Prosseguimos em intensa oração até que nos fosse dado o testemunho do Espírito de Deus de que nossas orações eram aceitas, e luz ser-nos-ia concedida - nosso desapontamento explicado e satisfatoriamente esclarecido.

Depois do desjejum eu disse a um de meus irmãos: "Vamos sair e encorajar a alguns de nossos irmãos." Saímos, e enquanto caminhávamos através de um grande campo, fui impedido de continuar aproximadamente na metade do campo. O Céu parecia abrir-se ante meus olhos, e eu vi clara e distintamente que em vez de nosso Sumo Sacerdote haver saído do lugar santíssimo do santuário celestial para a Terra no décimo dia do sétimo mês, ao final dos 2.300 dias, Ele, pela primeira vez, entrava nesse dia no segundo compartimento daquele santuário, e que Ele tinha um trabalho a realizar no lugar santíssimo antes de vir à Terra; que Ele veio para as bodas, ou em outras palavras, ao Ancião de Dias, a fim de receber o reino, e o domínio e a glória; e que devíamos esperar Seu retorno das bodas. E minha mente foi dirigida para o décimo capítulo de Apocalipse, onde pude ver que a visão havia falado e não havia mentido. Review and Herald, 23 de junho de 1921.

Esta foi a experiência destes pioneiros, que confiaram em Deus através da sua palavra revelada, e creram pela fé nas visões que lhes foram dadas pelo Espirito de Profecia de Deus.

Resta-nos agora continuar esta obra, pois o completo entendimento das 3 mensagens está diretamente relacionado ao trabalho de Cristo Jesus no santuário Celestial. Vejamos algumas revelações relativas aos 2 compartimentos:

 

Para Que COMPARTIMENTO Foi Jesus ao Ascender ao Céu?

Moisés fizera o santuário terrestre "segundo o modelo que tinha visto". (Atos 7:44) Paulo declara que "o tabernáculo e todos os vasos do ministério", quando se acharam completos, eram "figuras das coisas que estão no Céu". Heb. 9:21 e 23. E João diz que viu o santuário no Céu. Aquele santuário em que Jesus ministra em nosso favor, é o grande original, de que o santuário construído por Moisés era uma cópia. Patriarcas e Profetas, pág. 357 – Capitulo 30

O ministério do sacerdote, durante o ano todo, no primeiro compartimento do santuário, "para dentro do véu" que formava a porta e separava o lugar santo do pátio externo, representa o ministério em que entrou Cristo ao ascender ao Céu. Era a obra do sacerdote no ministério diário, a fim de apresentar perante Deus o sangue da oferta pelo pecado, bem como o incenso que ascendia com as orações de Israel.

Assim pleiteava Cristo com Seu sangue, perante o Pai, em favor dos pecadores, apresentando também, com o precioso aroma de Sua justiça, as orações dos crentes arrependidos. Esta era a obra ministerial no primeiro compartimento do santuário celeste.

Para ali a fé dos discípulos acompanhou a Cristo, quando, diante de seus olhos, Ele ascendeu. Ali se centralizara sua esperança, e esta esperança, diz Paulo, "temos como âncora da alma segura e firme, e que penetra até o interior do véu, onde Jesus, nosso Precursor, entrou por nós, feito eternamente Sumo Sacerdote". "Nem por sangue de bodes e bezerros mas por Seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção." Hebreus 6:19 e 20; 9:12. O Grande Conflito, pág. 420 – Capitulo 23

Assim como o ministério de Cristo devia consistir em duas grandes divisões, ocupando cada uma delas um período de tempo e tendo um lugar distinto no santuário celeste, semelhantemente o ministério típico consistia em duas divisões - o serviço diário e o anual - e a cada um deles era dedicado um compartimento do tabernáculo.

Assim como Cristo, por ocasião de Sua ascensão, compareceu à presença de Deus, a fim de pleitear com Seu sangue em favor dos crentes arrependidos, assim o sacerdote, no ministério diário, aspergia o sangue do sacrifício no lugar santo em favor do pecador. Patriarcas e Profetas, pág. 357 – Capitulo 30

 

Por QUANTO TEMPO Ele Permaneceu no Lugar SANTO?

Durante dezoito séculos este ministério continuou no primeiro compartimento do santuário. O sangue de Cristo, oferecido em favor dos crentes arrependidos, assegurava-lhes perdão e aceitação perante o Pai; contudo, ainda permaneciam seus pecados nos livros de registro.  O Grande Conflito, pág. 420 – Capitulo 23

Mas, conquanto fosse verdade que se achasse fechada a porta da esperança e graça pela qual os homens durante mil e oitocentos anos encontraram acesso a Deus, outra porta se abrira, e oferecia-se o perdão dos pecados aos homens, mediante a intercessão de Cristo no lugar santíssimo. Encerrara-se uma parte de Seu ministério apenas para dar lugar a outra. O Grande Conflito, pág. 429 – Capitulo 24

 

QUANDO Ele Entrou no Lugar Santíssimo?

Como no serviço típico havia uma expiação ao fim do ano, semelhantemente, antes que se complete a obra de Cristo para redenção do homem, há também uma expiação para tirar o pecado do santuário. Este é o serviço iniciado quando terminaram os 2.300 dias. Naquela ocasião, conforme fora predito pelo profeta Daniel, nosso Sumo Sacerdote entrou no lugar santíssimo para efetuar a última parte de Sua solene obra - purificar o santuário. O Grande Conflito, pág. 420 – Capitulo 23

Destarte, os que seguiram a luz da palavra profética viram que, em vez de vir Cristo à Terra, ao terminarem em 1844 os 2.300 dias, entrou Ele então no lugar santíssimo do santuário celeste, a fim de levar a efeito a obra final da expiação, preparatória à Sua vinda. O Grande Conflito, pág. 421 – Capitulo 23

O assunto do santuário foi a chave que desvendou o mistério do desapontamento de 1844... Então, no lugar santíssimo, contemplaram de novo seu compassivo Sumo Sacerdote, prestes a aparecer como Rei e Libertador. A luz proveniente do santuário iluminou o passado, o presente e o futuro. O Grande Conflito, pág. 423 – Capitulo 23

Tanto a profecia de Daniel 8:14 - "Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado" - como a mensagem do primeiro anjo - "Temei a Deus e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo" - indicavam o ministério de Cristo no lugar santíssimo, o juízo investigativo, e não a vinda de Cristo para resgatar o Seu povo e destruir os ímpios. O engano fora, não na contagem dos períodos proféticos, mas no acontecimento a ocorrer no fim dos 2.300 dias... 

Cristo aparecera, não à Terra, como esperavam, mas, conforme fora prefigurado tipicamente, ao lugar santíssimo do templo de Deus, no Céu. É Ele representado, pelo profeta Daniel, como estando a vir, nesse tempo, ao Ancião de Dias: "Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o Filho do homem: e dirigiu-Se" não à Terra, mas - "ao Ancião de Dias, e O fizeram chegar até Ele." Daniel 7:13. O Grande Conflito, pág. 424 – Capitulo 24

A vinda de Cristo ao lugar santíssimo como nosso Sumo Sacerdote, para a purificação do santuário, a que se faz referência em Daniel 8:14; a vinda do Filho do homem ao Ancião de Dias, conforme se acha apresentada em Daniel 7:13; e a vinda do Senhor a Seu templo, predita por Malaquias, são descrições do mesmo acontecimento; e isso é também representado pela vinda do esposo ao casamento, descrita por Cristo na parábola das dez virgens, de Mateus 25. A proclamação: "Aí vem o Esposo!" foi feita no verão de 1844. O Grande Conflito, pág. 426 – Capitulo 24

 

Que Atividade iniciou Jesus em 1844?

"Abriu-se no Céu o templo de Deus e a arca do Seu concerto foi vista no Seu templo." Apocalipse 11:19. A arca do concerto de Deus está no santo dos santos, ou lugar santíssimo, que é o segundo compartimento do santuário. No ministério do tabernáculo terrestre, que servia como "exemplar e sombra das coisas celestiais", este compartimento se abria somente no grande dia da expiação, para a purificação do santuário. Portanto, o anúncio de que o templo de Deus se abrira no Céu, e de que fora vista a arca de Seu concerto, indica a abertura do lugar santíssimo do santuário celestial, em 1844, ao entrar Cristo ali para efetuar a obra finalizadora da expiação. Os que pela fé seguiram seu Sumo Sacerdote, ao iniciar Ele o ministério no lugar santíssimo, contemplaram a arca de Seu concerto. Como houvessem estudado o assunto do santuário, chegaram a compreender a mudança operada no ministério do Salvador, e viram que Ele agora oficiava diante da arca de Deus, pleiteando com Seu sangue em favor dos pecadores. O Grande Conflito, pág. 433 – Capitulo 25

"E, eis que vinha nas nuvens do céu Um como o Filho do homem; e dirigiu-Se ao Ancião de Dias, e O fizeram chegar até Ele. E foi-Lhe dado o domínio e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas O servissem; o Seu domínio é um domínio eterno, que não passará." Daniel 7:13 e 14. A vinda de Cristo aqui descrita não é a Sua segunda vinda à Terra. Ele vem ao Ancião de Dias, no Céu, para receber o domínio, a honra, e o reino, os quais Lhe serão dados no final de Sua obra de mediador. É esta vinda, e não o seu segundo advento à Terra, que foi predita na profecia como devendo ocorrer ao terminarem os 2.300 dias, em 1844. Assistido por anjos celestiais, nosso grande Sumo Sacerdote entra no lugar santíssimo, e ali comparece à presença de Deus a fim de Se entregar aos últimos atos de Seu ministério em prol do homem, a saber: realizar a obra do juízo de investigação e fazer expiação por todos os que se verificarem com direito aos benefícios da mesma. O Grande Conflito, pág. 480 – Capitulo 28

 

Continua Cristo Ministrando no Primeiro Compartimento?

Assim, quando Cristo entrou no lugar santíssimo para efetuar a obra final da expiação, terminou Seu ministério no primeiro compartimento. Mas, quando o ministério no primeiro compartimento terminou, iniciou-se o do segundo compartimento. O Grande Conflito, pág. 428 – Capitulo 24

 

Uma Porta se Fecha em 1844, mas Outra se Abre!

Uma luz mais clara, porém, surgiu pela investigação do assunto do santuário. Viam agora que estavam certos em crer que o fim dos 2.300 dias em 1844 assinalava uma crise importante. Mas, conquanto fosse verdade que se achasse fechada a porta da esperança e graça pela qual os homens durante mil e oitocentos anos encontraram acesso a Deus, outra porta se abrira, e oferecia-se o perdão dos pecados aos homens, mediante a intercessão de Cristo no lugar santíssimo. Encerrara-se uma parte de Seu ministério apenas para dar lugar a outra. Havia ainda uma "porta aberta" para o santuário celestial, onde Cristo estava a ministrar pelo pecador. Via-se agora a aplicação das palavras de Cristo no Apocalipse, dirigidas à igreja, nesse mesmo tempo: "Isto diz O que é santo, O que é verdadeiro, O que tem a chave de Davi; O que abre e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre. Eu sei as tuas obras; e eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar." Apocalipse 3:7 e 8. O Grande Conflito, pág. 429 – Capitulo 24

Aí estava o segredo da oposição atroz e decidida à exposição harmoniosa das Escrituras, que revelavam o ministério de Cristo no santuário celestial. Os homens procuravam fechar a porta que Deus havia aberto, e abrir a que Ele fechara. Mas "O que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre", tinha declarado: "Eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar." Apocalipse 3:7 e 8. Cristo abrira a porta, ou o ministério, do lugar santíssimo; resplandecia a luz por aquela porta aberta do santuário celestial, e demonstrou-se estar o quarto mandamento incluído na lei que ali se acha encerrada; o que Deus estabeleceu ninguém pode derribar.

Os que aceitaram a luz relativa à mediação de Cristo e à perpetuidade da lei de Deus, acharam que estas eram as verdades apresentadas no capítulo 14 de Apocalipse. As mensagens deste capítulo constituem uma tríplice advertência, que deve preparar os habitantes da Terra para a segunda vinda do Senhor. O anúncio: "Vinda é a hora do Seu juízo" (Apocalipse-. 14:7) - aponta para a obra finalizadora do ministério de Cristo para a salvação dos homens. Anuncia uma verdade que deve ser proclamada até que cesse a intercessão do Salvador, e Ele volte à Terra para receber o Seu povo. O Grande Conflito, pág. 435 – Capitulo 25

 

Os Judeus como Nação Serão Salvos?

Os que, pela fé, seguem a Jesus na grande obra da expiação, recebem os benefícios de Sua mediação em seu favor; enquanto os que rejeitam a luz apresentada neste ministério não são por ela beneficiados. Os judeus que rejeitaram a luz dada por ocasião do primeiro advento de Cristo e se recusaram a crer nEle como Salvador do mundo, não poderiam receber o perdão por meio dEle. Quando Jesus, depois da ascensão, pelo Seu próprio sangue entrou no santuário celestial, a fim de derramar sobre os discípulos as bênçãos de Sua mediação, os judeus foram deixados em completas trevas, continuando com os sacrifícios e ofertas inúteis. O ministério dos tipos e sombras cessara. A porta pela qual anteriormente os homens encontravam acesso a Deus, não mais se achava aberta. Recusaram-se os judeus a buscá-Lo pelo único meio por que poderia então ser encontrado - pelo ministério no santuário celestial. Não alcançaram, por conseguinte, comunhão com Deus. Para Eles a porta estava fechada. Não conheciam a Cristo como o verdadeiro sacrifício e o único mediador perante Deus; daí o não poderem receber os benefícios de Sua mediação. O Grande Conflito, pág. 430 – Capitulo 24

10 Tomei o livrinho da mão do anjo, e o comi; e na minha boca era doce como mel; mas depois que o comi, o meu ventre ficou amargo.
11 Então me disseram: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas, e reis.
Apocalipse 10:10-11

Compilação: Silas Jäkel

 

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