O “irmão
AM” entra na conversa com uma interessante contribuição, e esquenta o
diálogo sobre o Juízo em Daniel 7:
Prezado Irmão X,
Estive
lendo o seu interessante diálogo com o “Irmão 7” e a boa abordagem que foi
feita do assunto (Juízo Investigativo...).
Gostaria
apenas de dar um pequena contribuição, que ao meu ver deve ser agregada à
discussão.
Este comentário que farei, faz parte da maneira como a IASD entende
e explica a doutrina do santuário, e como, em algum momento foi questionada
a questão dos termos utilizados, penso que o comentário abaixo possa
contribuir de alguma forma e ampliar um pouco mais o diálogo.
Comentário:
No
diálogo de vocês dois, não foi em nenhum momento abordado o fato que,
durante o milênio não será apenas um juízo de vindicação do caráter de Deus,
o quê, caso fosse, justificaria toda a argumentação utilizada no diálogo
entre você e o “Irmão 7”.
Porém,
faltou um dado extremamente importante a ser agregado na análise.
Apesar de, durante o milênio o caráter de Deus ser vindicado também, (digo
também, pois já estará vindicado diante de todos os outros mundos / anjos /
humanos que já estão no céu, os quais estão acompanhando todo o processo do
julgamento, restando apenas os que ainda irão para lá (“nós”), o grande
ponto relativo ao milênio é o seguinte:
Após o
milênio, ocorrerá a execução do juízo. (Mais plenamente falando, visto que
parcialmente já ocorreu = Transformação e Trasladação para os salvos e Morte
para o ímpios).
Extirpação do pecado e descida da Nova Jerusalém com a "recriação da terra"
e início da eternidade sem a existência do pecado.
Porém,
após o milênio o “pecado” ainda existe e precisa ser destruído.
Quando dizemos “o pecado precisa ser destruído”, estamos dizendo satanás,
seus anjos, e os homens ímpios que se aliaram a ele.
Nos
tribunais humanos, o julgamento contém ao menos duas partes fundamentais (o
“Irmão 7” por ser advogado poderá abordar este ponto com muito mais
propriedade).
1ª -
Definir se a pessoa é culpada ou inocente;
2ª - Uma
vez sendo feita esta definição (culpada ou inocente), é necessário dar a
“pena” que ela deve receber; (por exemplo: Prisão perpétua; 30 anos de
prisão; morte por injeção letal; 2 anos de prisão; prisão em regime
aberto... liberdade; indenização; ...)
A
primeira etapa, está diretamente atrelada à crença que se tem ou não no
Filho de Deus que é o ÚNICO caminho para a salvação.
“ quem
crê não é condenado”; “quem não crê já está condenado” (João 3:18).
Portanto, no juízo que está ocorrendo agora no céu, estão sendo feitas duas
coisas, basicamente:
a)
Separação de quem creu verdadeiramente em Cristo e quem apenas disse que
creu.
Por isto que o julgamento “começa pela casa de Israel”, pois “quem não creu
já está condenado”.
Porém, crer não é apenas dizer que crê, e sim um todo que é verificado na
vida, e na apropriação que se fez, durante a vida, dos méritos de Cristo.
Portanto, os verificados no primeiro momento (desde 1844 até o fechamento da
porta da graça) são apenas os que declararam crer em Cristo como seu
Salvador e é verificada a natureza desta declaração de crença, pra separar
os que creram de fato dos que disseram que creram, mas na verdade não
creram, ou seja, foi uma declaração de “mentirinha”, que é facilmente
percebido pelos atos da vida de pessoa registrados minusciosamente no céu, e
principalmente pelos pecados que a pessoa cometeu em comparação com os
perdões que a pessoa pediu e recebeu.
Pois,
como sabemos, para cada pecado para o qual tenha havido arrependimento e
confissão e pedido de perdão, resultado da repulsa da pessoa por estes
pecados, estará escrito na frente dos mesmos a palavra “Perdoado”.
As
pessoas que estão sendo verificadas agora, são todas as que tem o seu nome
escrito no Livro da Vida.
Algumas
destas pessoas, durante o julgamento em curso, terão o seu nome mantidos
neste Livro e outras terão seus nomes riscados deste Livro.
Esta
análise é o que está sendo feito justamente agora no santuário celestial.
(Vale a ressalva, já feita por vocês no diálogo em questão, que tudo isto
não é porquê Deus precise de alguma verificação e/ou não saiba de tudo, mas
porquê quem precisa desta análise / transparência são todas as criaturas de
Deus, para que não paire nenhuma dúvida sobre os porquês das coisas...)
Uma vez
estabelecido quem CREU e portanto, não está condenado, e quem não creu,
mesmo que tenha dito que cria (mas de mentirinha), e portanto está
condenado, estará feita a separação dos Inocentes dos Culpados.
A etapa
“a” estará realizada.
b)
“Purificação do Santuário” - Apagamento dos pecados dos santos (inocentes)
Para aqueles que de fato creram (verdadeiramente) e apropriaram-se dos
méritos de Cristo e ao longo de suas vidas viveram em função desta crença,
demonstrando que a sua crença era verdadeira - e que tiverem em frente a
cada um dos pecados que tiverem cometido ao longo de suas vidas a palavra
“Perdoado” - para estes, haverá o apagamento definitivo e eterno do registro
dos pecados que porventura tenham praticado, e nunca mais se terá lembrança
deles.
Isto se
faz necessário, pois é uma condição necessária para a vida durante a
eternidade.
Os santos viverão durante a eternidade como se nunca houvessem pecado e não
haverá nenhum pecado do qual possam ser acusados, nem por alguma pessoa, nem
por anjos, nem por ninguém, pois terão sido eternamente apagados.
Portanto, estas duas etapas estão sendo feitas agora, separação dos que
relamente creram dos que disseram que creram mas na verdade não creram e
também o apagamento definitivo e eterno dos pecados daqueles que
verdadeiramente creram.
Estas
duas etapas (“a” e “b”) acima, estão relacionadas com o item “1” um pouco
mais acima, ou seja, “Definir se a pessoa é culpada ou inocente”.
Porém,
restam as atividades relativas ao item “2 - Definição da pena que a pessoa
deve receber”.
Estas atividades ocorrem durante o milênio e a execução, logo após o mesmo.
Na
verdade o que ocorre durante o milênio, é a definição da pena que cada
pessoa deve receber (duração do castigo durante o derramamento do fogo
eterno) que será feita por Cristo, na presença de todos as criaturas e terá
nossa participação de forma efetiva e ativa.
Ou seja,
nós juntamente com Cristo, definiremos a pena que cada ímpio, e satanás e
seus anjos, devem receber e escreveremos esta pena à frente dos nomes de
cada um deles, para ser aplicada no devido momento.
O
interessante de se pensar é o porquê de Cristo nos envolver neste processo.
Em nossa mente não poderá restar dúvidas quanto ao amor de Deus no
tratamento para com suas criaturas que terão sido destruídas.
Se nós
não participássemos ativamente na definição da pena dos ímpios e de satanás
e de seus anjos, poderia ser que em algum momento algum dos salvos dissésse:
“Acho que Cristo foi muito duro com o fulano de tal”.
Porém,
isto jamais ocorrerá, pois quem definirá o castigo que cada um deverá sofrer
seremos nós mesmos. Se as pessoas serão ressuscitadas para serem destruídas
novamente, isto ocorrerá por que nós decidiremos assim. O juízo estará em
nossas mãos. Em tese, se quisermos definir que ninguém deva ressuscitar para
ser destruído, poderemos fazê-lo (Como de fato ocorrerá em alguns poucos
casos).
Portanto, o que ocorrerá com satanás, seus anjos e com os ímpios, será
decidido por nós, juntamente com Cristo. As bases que teremos para esta
definição, serão os registros da vida de cada um deles, tim-tim por tim-tim.
Poderia
escrever muito mais, mas já ficou excessivamente longo - me desculpe.
Toda esta argumentação está baseada no entendimento ASD da questão e tiveram
como base, principalmente os livros Grande Conflito e Primeiros Escritos.
Um
grande abraço e fiquem sob as bençãos de Deus.
AM
Adventista do Sétimo Dia
Olá
irmão AM,
Apreciei
sua explanação, e embora entenda que ela basicamente expressa a maneira
adventista de explicar este assunto, acho que faltou a base bíblica para
sustentar toda esta argumentação. Veja bem, não estou dizendo que ela não
exista, mas apenas que seria muito bom se o seu texto estivesse acompanhado
dos respectivos textos bíblicos que fundamentam cada argumento e conclusão.
Acredito
que se você se baseasse exclusivamente naquilo que a bíblia ensina sobre o
assunto, talvez não tivesse condições de fazer afirmações do tipo: "iremos
determinar a pena de cada pecador, quer seja homens ou anjos, e se dissermos
que não devem ressuscitar, Deus não os ressuscitará". A Bíblia apenas ensina
que iremos julgar os anjos (I Coríntios 6:3). Agora, como participaremos e
quais serão nossas responsabilidades neste julgamento, creio que é ir além
do que está escrito.
Quanto a
Ellen White, seus escritos podem servir para nós que somos adventistas, mas
jamais poderemos usá-los num debate com outros evangélicos. "Sola Escriptura"
deve ser o nosso principal lema!
Obrigado
por sua contribuição e que Deus o abençoe,
Irmão
X
[Comentários do irmão7 a respeito da contribuição do irmão AM]
Caro Irmão X,
Na realidade a participação do irmão AM enriquece o debate e cumpre um belo
propósito: o crescimento de todos nós, no aprofundamento do estudo da
Palavra. Achei as ponderações dele de um nível elevadíssimo, o que muito nos
alegra, pois sabemos que pessoas sinceras e influentes (teologicamente)
trazem uma amplitude maior à discussão (no bom sentido).
E aí está a beleza de um debate sadio: quem participa o faz para acrescentar
pontos novos, clarear parágrafos obscuros e muitas vezes chamar a nossa
atenção para uma dimensão mais ampla e segura do assunto em tela.
O que poderemos inferir:
1) no juízo Pré-Advento, haverá uma forma de “julgamento antecipado da
lide”, por força da onisciência divina. Neste caso saberemos quem estará
redimido e quem não estará.
2) durante o Milênio teremos a
definição do “quantum” da pena. Momento em que não mais se falará em
condenação ou absolvição, mas no montante individualizado de cumprimento do
castigo.
3) Fica claro, de resto, que no Pós-Advento não falaremos mais em
julgamento, mas nos critérios (justos) de aplicação da pena. Não há que se
falar em JUÍZO INVESTIGATIVO PÓS-ADVENTO. Falaremos em INVESTIGAÇÃO
PÓS-ADVENTO, que será definitiva para mensurar o rigor alongado da
realização punitiva.
Lembra-se de algumas aulas que tivemos no SALT e que geraram algumas
“brincadeiras” dos teologandos: “PECADO, COMBUSTÍVEL PARA O INFERNO”.
Brincadeiras à parte, pondero: estamos diante de fatos concretos. No
Milênio, durante a INVESTIGAÇÃO e cálculo do “quantum” punitivo, ocorrerá
justamente o que foi didaticamente proposto pelo irmão AM.
Creio que através do seu sítio poderemos ver díalogos deste nível, sem
nenhum propósito torpe, divisionário, malicioso...
Apenas o buscar, em oração, da verdade. E esta incessante busca do saber
JAMAIS provocará divisão entre os sinceros.
Um forte abraço ao Irmão AM e ao Irmão X.
Irmão7
[Reação
do irmão AM à resposta do irmão X
]
Me
perdoe, mas você deu um “nó” em minha cabeça!!
Não
acredito que você, que me parecia uma pessoa de tão aguda percepção mental,
tenha me respondido da maneira que respondeu.
O
diálogo publicado não refere-se à lição 8 da escola sabatina, e à maneira
como a IASD interpreta a questão do juízo???
O
que está sendo discutido ali, não é a maneira como a IASD aplica
determinados termos???
Além de
João 3:18 (o qual também citei), quais outros textos estão citados no tal
diálogo???
Em que
momento a questão está colocada sob o contexto de debate com outros
evangélicos???
Você
conhece algum evangélico que concorde com os argumentos que estão colocados
no tal diálogo??? ...
O que me
parece, na verdade, é que faltou (e falta) a você e à outra suposta pessoa
do diálogo, um posicionamento mais claro quanto a ser ou não Adventista do
Sétimo Dia.
Se são
(ASD), tudo o que escrevi deveria ser conhecido por vocês, antes de saírem
inventado pretextos para atacarem a IASD.
Se não
são (ASD), todo o teor daquele suposto diálogo, não passa de baboseiras,
pois é assim que o mundo evangélico entende a doutrina Adventista do
santuário, e vocês deveríam deixar de ser parasitas doutrinários, tomando
uma firme e clara posição contra as “baboseiras” Adventistas.
Não
precisa perder seu tempo repondendo às perguntas acima, pois já tenho a
resposta para todas elas.
Fica com
Deus.
AM
[Colocações
do Irmão7 após conhecer a resposta do Irmão X ao irmão AM]
O importante é enriquecer o debate. Um excelente caminho para não sofrer
represália ou atritar com algum membro é afirmar, conforme você fez: que os
argumentos baseados em EGW não servem para os demais cristãos.
É uma maneira justa de se debater, trazendo para a discussão apenas a
BÍBLIA.
Quanto a resposta do irmão AM, responder será perder tempo.
Melhor parar por aqui, pois discussão neste nível não nos serve...
Com certeza ele NÃO é leigo, pois se fosse não respoderia desta forma.
Abraços.
Irmão7
[Resposta do irmão X ao irmão AM]
Estimado irmão AM,
Somente
após ler sua resposta (na minha opinião um tanto quanto destemperada), pude
compreender o quanto minha resposta foi inadequada.
Peço-lhe
que me perdoe por não ter conseguido colocar melhor minhas palavras,
permitindo que você entendesse de maneira distorcida o que eu tentei lhe
dizer. Não foi minha intenção fazer de minha resposta uma afronta a sua
pessoa ou ao seu conhecimento bíblico.
Quando
mencionei um melhor embasamento bíblico não estava querendo referi-me
exclusivamente a você, e sim de forma geral a alguns detalhes e
particularidades da interpretação adventista, que ao meu ver vão um pouco
além daquilo que é revelado na Bíblia. Inclusive isto também serve para mim,
em várias partes daquele diálogo que mantive com o “irmão 7”.
Acredito
que muitas vezes nos aventuramos a definir certos detalhes, que são até
muito lógicos e coerentes, mas que não deveriam nunca passar de ser apenas
teses argumentativas, pois carecem de um claro e explícito "Assim diz o
Senhor". Em outras palavras, pode até ser verdade que na investigação
pós-advento caiba a nós definir as penas dos pecadores, mas também pode
existir a possibilidade de não ser exatamente esta a nossa responsabilidade
ali. É neste sentido que insisto em colocar o lema "Sola Scriptura". Podemos
até continuar conjeturando e por inferência avançando nos detalhes deste
juízo, desde que sempre tenhamos a humildade de só tomar como certo e
irrefutável apenas aquilo que está clara e explicitamente apresentado na
Bíblia.
Meu
irmão, sou um Adventista tanto na concepção pioneira da palavra, como das
origens deste movimento de onde veio a atual IASD, e portanto, creio no
juízo pré-advento tal como ele está revelado na Bíblia. Porém, sempre
respeitando as tentativas humanas de se completar um quadro que na Bíblia
não foi apresentado em seus mínimos detalhes. Estas tentativas, desde que
não contradigam aquilo que já esta claramente revelado nas Escrituras, só
tendem a nos enriquecer, quer seja no aspecto cognitivo ou de relacionamento
fraternal.
Um
grande e sincero abraço,
Irmão X